tag:blogger.com,1999:blog-19950020926435906092024-03-13T17:40:53.200-03:00Deriva UrbanaUnknownnoreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-66336520896087771702008-04-04T11:50:00.003-03:002008-04-04T12:00:46.840-03:00Flâneur, Deriva, Modernidade e Situações.<div align="justify">Walter Benjamin analisa a obra de Charles Baudelaire, para nesta tentar localizar as transformações que a modernidade gera nas cidades e consequentemente nos homens, ele se encontra com o flâneur, aquele que perambula pelas ruas, que emerge na multidão de anônimos e vivência a cidade de forma lúdica. </div><div align="justify"><br />A modernidade trouxe consigo a ordem e moral burguesa, a forma de organização das fábricas, aplicada na vivência das pessoas, na forma como se locomovem e como agem na metrópole. Para Baudelaire neste momento, o artista deveria tornar-se um “Botânico das calçadas”, ou seja, alguém que pudesse aplicar a fisiologia nas metrópoles. Para Benjamin, Baudelaire consegue através de sua obra imergir na cidade e vivenciando de a vida nesta de forma diferenciada, ele se posiciona diante da modernidade. Ele a confronta de forma lírica quando vive o boêmio, o flâneur, o usuário de haxixe, etc. A industrialização da vida tenta também industrializar a poesia e Baudelaire desafia as regras deste jogo social. </div><div align="justify"><br />A sociedade moderna capitalista é também a sociedade da dicotomia, público/ privado, homem/ cidadão, etc. Para o burguês a casa, o espaço privado, o espaço do homem torna-se um lugar de despolitização, onde a harmonia da decoração deve ser o lugar de refúgio das contradições e da feiúra do mundo lá fora. Mas somente para os burgueses a casa representa o domínio privado por excelência. Para as camadas mais pobres da sociedade urbanas, as moradias coletivas criam uma nova forma de experiência. O constrangimento criado pelo Estado, por considerar estas moradias coletivas lugares anti-higiênicos, faz com que os pobres moradores de cortiços, façam o uso privativo do espaço público e através das barricadas, lutem para redefinir ambos. </div><div align="justify"><br />A partir da metade do século XIX, o planejamento urbano de paris visando reduzir estes choques e conciliar os interesses do Estado e dos grandes grupos financeiros faz com que Paris se torne uma cidade fragmentada, onde cada região era como pequenos mundos incomunicáveis. A diferenciação entre bairros ricos e pobres levou à expansão da periferia da cidade, assim como a separação entre a residência e o local de trabalho tornou necessária a criação de uma rede de transportes capaz de garantir a circulação regular entre uma zona da cidade e outra. </div><div align="justify"><br />E é neste momento que Baudelaire nos mostra o flâneur, o vagabundo errante, sobrepõe o ócio ao “lazer”, é aquele que se contrapõe a vida como um modo de produção serial, a esquizofrenizante divisão do espaço moderno, desafiando a divisão do trabalho. Ele não existe sem a multidão, mas não se confunde com ela. Ele caminha no meio da multidão e o efeito narcotizante que esta exerce sobre flâneur, é o mesmo que a mercadoria exerce sobre a multidão. </div><div align="justify"><br />Na década de 50 do século XX, um grupo de intelectuais, artistas e agitadores franceses, conhecidos pelo nome de Internacional Situacionista liderados pelo “doutor em nada” Guy-Ernest Debord, descontentes com o modo de vida e de consumo da sociedade mercantil espetacular, imposta pelo capitalismo moderno, perceberam que o novo urbanismo que reconfigurou a as metrópoles francesas, haviam transformado a vida social em espetáculo, onde os agentes sociais não passavam de espectadores de suas próprias vidas. Toda a participação social havia sido destruída pelo capital e a mercadoria era o único sujeito real desta ordem. Perceberam portanto que a cidade deveria ser recriada conforme a situação gerada no momento, ou ainda, a situação construída designava um “momento da vida, construído concreta e intencionalmente para a organização coletiva de um ambiente unitário e de um jogo de acontecimentos” (JACQUES, 2003). </div><div align="justify"><br />Criaram, portanto a técnica ou o método experimental chamado de Deriva, que visa re-conhecer ou redescobrir a cidade desconstruindo as formas culturais tradicionais e impregnadas de pré-concepções, se utilizando de um caminhar sem direção ou rumo pré-definido.<br />“As grandes cidades são favoráveis à distração que chamamos de deriva. A deriva é uma técnica do andar sem rumo. Ela se mistura à influência do cenário. Todas as casas são belas. A arquitetura deve se tornar apaixonante. Nós não saberíamos considerar tipos de construção menores. O novo urbanismo é inseparável das transformações econômicas e sociais felizmente inevitáveis. É possível se pensar que as reinvidicações revolucionárias de uma época correspondem à idéia que essa época tem da felicidade. A valorização dos lazeres não é uma brincadeira. Nós insistimos que é preciso se inventar novos jogos (...) Entre os diversos procedimentos situacionistas, a Deriva se apresenta como uma técnica de passagem rápida por ambiências variadas. O conceito de deriva está indissoluvelmente ligado ao reconhecimento de efeitos de natureza psicogeográfica e à afirmação de um comportamento lúdico-construtivo, o que o torna absolutamente oposto às tradicionais noções de viagem e de passeio” (DEBORD, 1958). </div><div align="justify"><br />Conforme o descrito acima, podemos encontrar semelhanças latentes entre o flânerie e a Deriva, pois ambos se contrapõem ao modo de vida hegemônica do capitalismo, a transformação do tempo-livre em tempo-lazer mediado pela mercadoria, e valorizam a criação de novos jogos, novas situações (por isso o nome situacionistas), que priorizem a participação social. Tanto o vagabundo consciente encontrado por Walter Benjamin na obra de Baudelaire, quanto o vivenciador e criador de novas situações dos situacionistas se posicionam diante da modernidade de forma crítica. E tentam através de um novo olhar em relação a cidade, agir no mundo de forma lúdica e ativa e não contemplá-lo passivamente, e para isso se faz necessário criar novos jogos.<br /><br />Bibliografia.<br /><br />BENJAMIN, Walter. “Charles Baudelaire: Um lírico no auge do capitalismo” in: Obras Escolhidas volume III. Ed. Brasiliense.<br /><br />JACQUES, Berenstein Paola. Apologia da Deriva. Escritos situaconistas sobre a cidade. Ed. Casa da Palavra, rio de janeiro, 2003.</div>Viny Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/13721069632693973355noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-54475297551049750352008-03-25T16:34:00.004-03:002008-04-01T00:03:12.041-03:00<div style="text-align: justify;">Já que a sugestão foi feita, lá vai.<br />É uma música do Fugazi. Qualquer dia falo um pouco sobre essa banda, que tem uma postura polítca muito foda. Por ora vai a letra de uma música do último disco lançado, <span style="font-style: italic;">The Argument</span> de 2001. Está em inglês, mas acho que é tranquilo de entender (acho que traduzir literalmente fica meio tosco). De maneira geral a letra trata de desapropriação, "remoção forçada de pessoas", "o desenvolvimento quer esse bairro" e foda-se quem tiver que ir pra rua.<br /></div><br /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">Cashout</span><br />on the morning of the first eviction<br />they carried out the wishes of the landlord and his son<br />furniture's out on the sidewalk next to the family<br />that little piggie went to market,<br />so they're kicking out everyone<br /><br />talking about process and desmissal forced removal of the people<br />on the corner shelter and location<br />everybody wants somewhere<br /><br />the elected are such willing partners<br />look who's buying all their tickets to the game<br />development wants, development gets<br />it's official<br />development wants this neighborhood<br />gone so the city just wants the same<br /><br />talking about process and dismissal<br />forced removal of the people on the corner shelter and location<br />everybody wants somewhere<br />everybody wants somewhere<br /><br />Segue um vídeo da banda tocando esta música ao vivo <span>em Louisville, Kentucky, em 4 de abril de 2002</span><br /><br /><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Z7PlrBACrQI&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Z7PlrBACrQI&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-86413687532553602842008-03-10T21:17:00.002-03:002008-03-10T22:05:54.233-03:00músicas urbanasnós amantes de cidades, também ouvimos muitas músicas que falam do tema.<br />assim, em breve exporei aqui minha coleção particular de letras que cantam a vida na cidade.....<br />as angústias, os desencontros, o cotidiano, a cidade à noite, de dia....Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-26157857574074564802008-03-03T10:33:00.000-03:002008-03-03T10:42:09.830-03:00Pela liberdade de respiração da epiderme<div align="justify">Não é novidade que o espaço do mundo coorporativo é um ambiente de estranhamento. Pura irracionalidade racionalizada. Coisa que quem acha bonita uma avenida como a Berrini ou a Faria Lima em São Paulo talvez não entenda. A "beleza" de suas fachadas envidraçadas esconde para muitos a natureza peçonhenta desses não-lugares. </div><div align="justify">Também estranho ao humano é o espaço interior desses prédios, no qual os próprios colegas agem como fiscais, e a baia individual não esconde o rosto cansado e entediado do trabalho alienado. O ar condicionado e as janelas que não abrem são um exemplo do controle do espaço. Não parece existir lacuna para o diferente. E a dominação também se estende ao vestuário.</div><div align="justify">Alguns dirão que o terno é a roupa da pessoa bem sucedida. Não discutiremos no momento esse conceito bizarro no qual sucesso se traveste de obrigação e labor. Deixemos isso de lado e vamos diretamente à análise de certos fatores: porque a calça, a camisa e o sapato são obrigatórias aos homens? Porque não a bermuda, a camiseta regata e o chinelo? Em um país tropical como o Brasil nada mais contraditório do que a Vila Olímpia às 9 horas de uma manhã de fevereiro, com suas centenas de executivos que parecem terem saído de um molde. Enquanto isso as mulheres estão liberadas (e em alguns lugares obrigadas) a fazer uso de saias, vestidos sem manga e sandálias. Vejam bem caros colegas, não quero iniciar uma guerra de gêneros. A questão é muito mais primordial e ao mesmo tempo superficial do que isso. Superficial inclusive é um termo bem apropriado. </div><div align="justify">O que difere os homens das mulheres nessas superfícies corporais que por um lado devem ser escondidas por uns e mostradas por outras? Já lhes digo: o pêlo!</div><div align="justify">A civilização pode ser resumida em um termo: controle. Controle como distanciamento da condição animal do humano. Controle das pulsões. Controle do espaço-tempo. Tudo o que é considerado "irracional" passa a ser idealizado, distanciado de toda a sua verdade e transformado em mentira, no contrário de si mesmo. É a racionalização da sociedade que torna irracional tudo o que é verdadeiramente humano. Já disse que o mundo coorporativo é uma das expressões máximas desse processo. Quando é que algo tão natural, tão gutural aliás, como o pêlo poderia ter lugar nesse não-lugar? A lembrança de que somos algo além de trabalho deve ser evitada a qualquer custo, escondida atrás de roupas ou simplesmente raspada e depilada. A barba é quase uma anomalia, e quando aparece está estilizada. O cabelo, com sua função historicamente estética não entra nesse quesito, é algo tolerado enquanto não excede um comprimento específico. É o mundo sem cheiro, sem gosto, sem sexo, sem graça.</div><div align="justify">E como é que engolimos que "a vida é assim mesmo"?</div><div align="justify">Isso não tem nada a ver com vida.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-20589133570130598862008-02-29T23:05:00.004-03:002008-03-03T10:43:43.901-03:00<div align="justify">Dois livros me tiraram o sono em algumas noites de janeiro a fevereiro do presente ano: um afegão e outro catalão. Pontos de vista completamente distintos e temáticas radicalmente distantes não foram capaz de me dissuadir em buscar certa unidade neles.<br />Não sei se estou com a visão obcecada ou se quero criar argumentos para justificar este blog (nascido de 2 cérebros e 4 mãos originalmente de uma idéia de escrever crítica de filmes e livros) mas para mim, eles narram cidades vivas e não apenas os cenários ideais das tramas.<br />É certo que os dois autores contam com efeitos estilísticos de guerras atrozes para mostrar o potencial de destruição, a atmosfera de sombras e trevas que se abateu sobre cidades como Barcelona (durante a guerra civil - meados da década de 30) e Cabul (anos 90), porém o recurso acaba por auxiliar na composição do enredo denso e do cotidiano urbano dos personagens.<br /><br />Para leitores vorazes e amantes de cidades ainda desconhecidas no coração do Afegão ou na península ibérica, aí estão duas pedidas.<br />A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón<br />A cidade do Sol - Khaled Hosseini</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-46613126735963826332008-02-29T22:43:00.002-03:002008-02-29T23:04:14.298-03:00alma da cidadesou a cara da cidade, sua alma sem rosto<br />arquétipo materializado do andarilho anônimo<br />vivido na pele do burguês romântico ou do mendigo contemporâneo<br />encorajando tímidos escritores sem voz<br />amadores e veteranos artistas de ruas<br />acadêmicos e homens de letras que, diferente dos boêmios de sarjeta, nela se deitam por pura vaidade catedrática<br />e se engalfinham por sua total definição e vigília teórica<br /><br />mas resisto porque a humanidade ainda não soube inventar obra maior, nem reunir a mais estranha coleção de tipos humanos e sociaisUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-53335565159556019582008-02-26T23:40:00.004-03:002008-02-27T00:09:12.580-03:00da Teoria da Deriva<div style="text-align: justify;"> Entre os diversos procedimentos situacionistas, a deriva se apresenta como uma técnica de passagem rápida por ambiências variadas. O conceito de deriva está indissoluvelmente ligado ao reconhecimento de efeitos de natureza psicogeográfica e à afirmação de um comportamento lúdico-construtivo, o que o torna absolutamente oposto às tradicionais noções de viagens e de passeio.<br /><br /> Uma ou várias pessoas que se dediquem à deriva estão rejeitando, por um período mais ou menos longo, os motivos de se deslocar e agir que costumam ter com os amigos, no trabalho e no lazer, para entregar-se às solicitações do terreno e das pessoas que venham a encontrar. A parte aleatória não é tão determinante quanto se imagina, mas em sua unidade, a deriva contém ao mesmo tempo esse deixar-se levar e sua contradição necessária.<br /><br /> O acaso ainda tem importante papel na deriva porque a observação psicogeográfica não está ao todo consolidada. Mas a ação do acaso é naturalmente conservadora e tende, num novo contexto, a reduzir tudo à alternância de um número limitado de variantes e ao hábito.<br /><br /> O caráter principalmente urbano da deriva, no contato com centros de possibilidade e de significações que são as grandes cidades transformadas pela indústria, procura responder à frase de Marx: "Os homens não vêem nada em torno de si que não seja o próprio rosto, tudo lhes fala deles mesmos. Até a paisagem é algo vivo."<br /><br /> As lições da deriva permitem estabelecer os primeiros levantamentos das articulações psicogeográficas de uma cidade moderna. Além do reconhecimento de unidades de ambiência, de seus componentes fundamentais e de sua localização espacial, percebem-se os principais eixos de passagem, as saídas e as defesas. Medem-se as distâncias que separam de fato duas regiões de uma cidade, distâncias bem diferentes da visão aproximativa que um mapa pode oferecer.<br /><br /> As diferentes unidades da atmosfera e de moradia não são hoje em dia muito nítidas, e sim cercadas de margens fronteiriças mais ou menos extensas. A mudança mais geral que a deriva leva a propor, é a diminuição constante dessas margens até sua completa supressão.<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1995002092643590609.post-88227339598969556672008-02-26T00:31:00.003-03:002008-02-27T00:09:38.905-03:00Apresentação<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Este blog deseja tocar os corações urbanos ávidos pelo reencontro da deriva.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"> Este espaço é um convite a quem cultiva o particular gosto por flanar solitariamente pelas cidades invisíveis como Zenóbia, Fedora, Ercília, Cabul, Porto Alegre, Montevidéu, São Paulo, Barcelona, Belém, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Pirenópolis, Penedo, Santos, Ilhéus. Saudamos o colecionador excêntrico de souvenirs singelos como calçamentos de ruas, muros e vielas grafitadas, fragmentos descascados de escadarias, pedaços amassados de poesias de bar, postais envelhecidos e marcadores de páginas feitos com folhas de árvores caídas.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Buscamos o caminhante intrépido (ao contrario do turista de simulacros) que tem prazer em reinventar um caminho e inadvertidamente, se perde por ruas inéditas, de topografia irregular ou mais compridas, abandonando o roteiro do mapa turístico e o conselho da vizinhança local. Procuramos aquele que contempla a turba anônima numa capital qualquer em hora de rush e que na ausência de horizonte para descansar a vista pousa o olhar num ponto fixo, imóvel, hipnotizado e alheio ao bombardeio imagético das vitrines sem fim da estética globalizada. Ou aquele que compartilha daquela hora letárgica de fim de expediente refletindo sobre o sentido de um momento terrestre familiar onde a inércia de quadris e ombros cansados sem encosto ou assento buscam magistral equilíbrio na aglomeração do vagão.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">São bem vindos também os loucos e suicidas como os escaladores de taludes de cidades planejadas, os moradores de arranha-céus, os corajosos atravessadores de semáforos impiedosos, os pedestres do improviso em avenidas marginais, os boêmios sem esquinas de Brasília e todos os sem-calçada e sem-ciclovias. </span></div>Unknownnoreply@blogger.com0